FIAT MOBI x VOLKSWAGEN UP! - Confira o comparativo
Munido de uma boa campanha de marketing e um jingle chiclete, o Fiat Mobi chegou às lojas com a proposta de ser um subcompacto urbano, jovem e acessível. A ideia não é muito original e o carro, nem tão barato assim - os preços variam de R$ 31.900 a R$ 43.800. Mas a novidade agitou o segmento melhor representado pelo pequeno Volkswagen up!. Mas qual dos dois é a melhor escolha para quem quer um carro pequeno, com desempenho honesto e amigo do bolso? A resposta está neste comparativo entre as versões intermediárias dos dois hatches: Mobi Easy On (de R$ 42.300) e Move up! (de R$ 42.590). Confira o resultado.
Olhando para essa dupla de 1.0, você pode desacreditar que eles andem bem. Mas é até surpreendente acelerar o up! pela primeira vez, tamanha sua desenvoltura em rotações mais baixas. Seja nas saídas de semáforos ou em ladeiras, o subcompacto da Volkswagen não exige drásticas reduções de marcha para deslanchar. Mérito do moderno motor 1.0 de três cilindros, que tem comando duplo de válvulas e rende até 82 cv de potência e 10,4 kgfm de torque, números mais do que suficientes para o carrinho de apenas 897 kg. A direção elétrica leve e direta somada ao excelente câmbio manual de cinco marchas tornam sua condução extremamente agradável.
Já o novato Mobi não vai muito além do que se espera de um modelo com motor de 1 litro. Em baixas e médias velocidades na cidade, o hatch de apenas 946 kg vai bem, mas não surpreende. O hatch tem o fôlego curto para situações de maior esforço, como ultrapassagens ou subidas íngremes. Basta dar uma esticada na estrada para perceber seu condicionamento é limitado pelo veterano 1.0 flex. A 120 km/h, o conta-giros chega a bater nos 4.000 rpm, momento em que a cabine é invadida pelo barulho do motor. Com comando simples de válvulas, o quatro cilindros entrega 75 cv de potência e 9,9 kgfm de toque, força que costuma aparecer apenas depois dos 3.500 giros, exigindo constantes reduções de marcha - e paciência do motorista - para ganhar agilidade.
Na pista de testes, foram necessários 16,6 segundos para o Mobi ir de zero a 100 km/h e 15,8 segundos para retomar de 60 km/h a 100 km/h. Já o up! fez o mesmo em 14,4 segundos e 14 segundos, respectivamente. Para melhorar essas marca, o novo 1.0 três cilindros da Fiat prometido para este ano, viria bem a calhar. Mas a novidade vai estrear primeiro debaixo do capô do Uno.
Espaço e conforto
Não dá para esperar amplo espaço interno quando o assunto é subscompacto urbano, mas os dois têm boas sacadas para aproveitar ao máximo o volume interno. O formato tipo caixinha empregado por ambos não é à toa: a verticalização da cabine permite acomodar quatro pessoas com bom espaço para pernas e cabeças. No up!, no entanto, os passageiros do banco traseiro se sentem mais confortáveis. O Volkswagen tem cerca de um centímetro a mais no comprimento. Todavia o entre-eixos é 12 centímetros maior, são 2,42 metros de um eixo a outro.
Com apenas 2,30 metros de entre-eixos, o Mobi o precisou sacrificar o bagageiro, que tem apenas 235 litros, segundo a Fiat. Mesmo com o uso do Cargo Box, compartimento para organizar pequenos volumes, o espaço é suficiente para levar, no máximo, uma mala média. No up!, a capacidade do porta-malas é de 262 litros, segundo nossa aferição. Também é diminuto, mas a prateleira removível que permite a criação de dois níveis para otimizar o espaço é mais prática que no concorrente.
Acabamento
Dentro da cabine, o Mobi lembra bastante o irmão maior Uno, com plástico texturizado, pequenos detalhes em black piano, bancos revestidos com tecido colorido e painel digital. O Fiat até mesmo incorporou a elegante porta de vidro no bagageiro, uma solução presente no up! europeu, mas que foi deixada de lado por aqui.
Já no up!, tudo é mais racional. O interior é espartano e sua tática é investir na boa montagem e na funcionalidade. A ergonomia, por exemplo, é excelente. Os porta-objetos são mais versáteis que os do Mobi, que apresenta alguns deslizes na qualidade do acabamento. Na unidade avaliada, faltou esmero na cobertura da alavanca do câmbio e em algumas partes das portas.
Equipamentos
Aqui a balança ficam bem equilibrada. Para justificar o preço de mais de R$ 40 mil, Mobi e up! saem da fábrica com ar-condicionado, computador de bordo, chave canivete com controle remoto, vidros, travas e retrovisores elétricos e som intergrado. O sistema de som do up! é melhor, apesar de ter praticamente as mesmas funções que do rival (entrada USB e auxiliar, Bluetooth e CD Player). Seu pareamento com o celular é mais rápido, assim como a leitura através do Bluetooth. O Volkswagen também é o único com direção elétrica, mais leve e direta que a hidráulica do Mobi.
O Fiat, no entanto, traz diferenciais como o volante multifuncional, indisponível na linha do up!. O Mobi Easy On também já vem equipado com sensor de ré, rodas de liga leve e faróis de neblina, todos equipamentos que podem ser integrados ao up!, mas que custam R$ 1.100 a mais.
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